GESTÃO DE PESSOAS NA EDUCAÇÃO MUNICIPAL: ACOLHIMENTO, ADAPTAÇÃO E ALOCAÇÃO DE SERVIDORES E SEUS EFEITOS SOBRE A ALFABETIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.69807/2966-0785.2025.203Palavras-chave:
Gestão de Pessoas, Educação Municipal, Alfabetização Inicial, Políticas Públicas em EducaçãoResumo
Este estudo analisa os efeitos das práticas de gestão de pessoas na alfabetização inicial das redes municipais de ensino. Partindo do preocupante cenário em que apenas 59,2% das crianças são alfabetizadas na idade adequada (INEP, 2024), a pesquisa investiga como o acolhimento, a adaptação e a alocação estratégica de professores impactam os resultados da alfabetização. Por meio de pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, fundamentada em autores como Soares (2016), Gatti (2019) e Dutra (2019), demonstra-se que a qualidade do processo alfabetizador está intrinsecamente vinculada a condições adequadas de trabalho docente. Os resultados indicam que a ausência de programas estruturados de indução profissional gera o "choque da realidade" nos professores iniciantes, comprometendo sua atuação pedagógica. A rotatividade excessiva, decorrente de alocações inadequadas, produz descontinuidade didática prejudicial à consolidação das aprendizagens iniciais. Conclui-se que a superação dos desafios da alfabetização exige a reconfiguração das práticas de gestão de pessoas, com implementação de bancos de talentos, planos de carreira atrativos e programas sistemáticos de formação continuada. O estudo contribui com subsídios teóricos e práticos para gestores educacionais, evidenciando que a gestão estratégica de pessoas constitui alicerce indispensável para a efetividade das políticas públicas de alfabetização.
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