Avaliação do Sistema Nacional de Vigilância de Meningite (ViNaMe) no âmbito Laboratorial e Epidemiológico em Moçambique

Autores

  • Ezequias Zefanias Sitoe
  • Aquino Albino Nhantumbo

DOI:

https://doi.org/10.69807/2966-0785.2025.227

Palavras-chave:

Avaliação Sistema, Vigilância, Meningite Bacteriana

Resumo

A partir do final do século XIX, melhorias nas condições de vida, saneamento ambiental, o advento dos antibióticos, vacinas fizeram crer que dispúnhamos no mundo dos recursos para  controlar infecções que dizimavam populações  em diversas regiões do globo. Meningite é a inflamação das meninges que protegem o cérebro e a medula espinal.É uma doença infecciosa que pode ser causada por vírus, bactérias e fungos e representa uma importante emergência médica.

Em 2025, na oficina de comemoração do 12°aniversário da vigilância, o grupo técnico da vigilância decidiu por unanimidade recomendar a análise de dados do primeiro ano de implatação nacional da vigilância de meningite para uma melhor reflexão e plena sobre o percurso antes e depois,sucessos e desafios.Pretende-se com esta avaliação de sistema de vigilância laboratorial de meningite  no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em crianças de 0-59 meses, descrever o sistema de vigilância laboratorial de meningite em Moçambique, avaliar os atributos qualitativos, quantitativos, a utilidade e estabilidade do Sistema, Com a realização desta avaliação do sistema de vigilância de meningite, pretende-se verificar até que ponto o sistema é operacionalmente e eficaz isto é, se é viável, útil, aconselhável e preciso (Estrutura  + Processo = Resultado).Aferindo assim o nível de preparação do sistema no ano da sua implementação.

O estudo descritivo transversal de Janeiro a Dezembro de 2013. Foi utilizada a Base de dados do primeiro ano de implementação  de vigilância de meningite do laboratório de referência de microbiologia do Instituto Nacional de Saúde (INS) e entrevistas aos intervenientes e pontos focais dos postos seninelas. Os dados foram analisados no programa SPSS versão 21. Para uso dos dados, obteve se a autorização do departamento de vigilância do INS e o consentimento verbal dos entrevistados.

O sistema de vigilância laboratorial de meningite do Serviço Nacional de Saúde é fácil, simples, fiável e flexível com aceitabilidade intermédia de 86%. No entanto, apesar de ser 100 % oportuno, com alta estabilidade 100%, tem uma baixa representatividade de 38.4%. A fonte de dados não permitiu o cálculo do Valor Preditivo Positivo (VPP) e da Sensibilidade por fornecer apenas e exclusivamente registos de resultados positivos de bacteriologia. A qualidade de dados foi moderada 78%, útil em 99% na resposta dos objectivos. O Boletim Epidemiológico Semanal (BES) notificou 219 casos de meningite contra 214 registados no sistema de vigilância.

As directrizes pelas quais foi instituído o sistema de vigilância de meningite estão sendo aplicadas a vários níveis do sistema de saúde, inclusive sistemas de informação de saúde ao nível local, provincial e Nacional. O Sistema de Vigilância de Meningite permite a obtenção de informações adicionais também úteis para planejar, estabelecer e monitorar o próprio sistema de vigilância em saúde pública de maneira eficiente e efectiva. Promove o melhor uso de recursos de saúde.

O sistema de vigilância laboratorial de meningite do Serviço Nacional de Saúde deve ser avaliado periodicamente. A informatização com novas tecnologias de informação e comunicação (padrões para colecta e partilha de dados) pode ser uma ferramenta útil. Há necessidade de elaboração e implementação do uso de uma ficha de recolha de dados que contenha duas sessões distintas parte do laboratório e dos clínicos.

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Publicado

2025-12-09

Como Citar

SITOE , Ezequias Zefanias; NHANTUMBO, Aquino Albino. Avaliação do Sistema Nacional de Vigilância de Meningite (ViNaMe) no âmbito Laboratorial e Epidemiológico em Moçambique. REVISTA ACADÊMICA DA LUSOFONIA, [S. l.], v. 2, n. 11, p. 1–21, 2025. DOI: 10.69807/2966-0785.2025.227. Disponível em: https://revistaacademicadalusofonia.com/index.php/lusofonia/article/view/227. Acesso em: 16 dez. 2025.

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